
Michel Au Hasard, línguas de açúcar, 2024. Caneta esferográfica e pincel permanente sobre EVA. Instalação. Dimensões variadas. Foto: Vicente Carcuchinski.
Línguas de açúcar é um trabalho composto por 60 peças de EVA e realizado especialmente para o canto da sala expositiva onde ocorreu a exposição coletiva Nham Nham Nham.
Após uma sucessão de trabalhos em EVA onde eu colocava olhos em objetos do mundo, línguas de açúcar surge, poderia dizer, como um trabalho abstrato em minha produção.
Gaston Bachelard, em A Poética do Espaço, no capítulo sobre o canto, nos diz sobre essa capacidade fenomenológica do canto isolar a pessoa do mundo a sua volta. Ao se aproximar do trabalho, o bastante para começar a perder a noção espacial da galeria em sua volta, confere-se a sensação de se ver rodeado pelas línguas, isolado em um intestino divertido, lúdico e colorido. E não seria o intestino uma extensão da nossa língua? Ao menos, em nosso corpo, se encontram. Poderíamos dizer até que se beijam.

Michel Au Hasard, línguas de açúcar, 2024. Detalhe. Foto: Vicente Carcuchinski.

Michel Au Hasard, línguas de açúcar, 2024. Detalhe. Foto: Vicente Carcuchinski.

Vista da exposição Nham Nham Nham, 2024, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), Sala Augusto Meyer, Casa de Cultura Mário Quintana, Porto Alegre/RS. Foto: Vicente Carcuchinski.